Máscaras caseiras são indicadas? Entenda quem deve usar
A recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS) e do Ministério da Saúde de que máscaras cirúrgicas devem ser usadas somente por quem tem suspeita de Covid-19 e para profissionais de saúde foi largamente ignorada por pessoas no país inteiro.
Fotos de pessoas sem suspeita da doença circulando com máscaras cirúrgicas são imagens comuns nas ruas e na cobertura da mídia sobre o assunto.
Autoridades e especialistas ouvidos pela BBC News Brasil, no entanto, reforçam: a principal forma de prevenção contra a doença não é o uso de máscaras, mas principalmente ficar em casa e, caso precise sair, lavar bem as mãos, manter distanciamento social e evitar tocar o rosto.
A BBC separou uma série de dúvidas comuns para explicar tudo sobre o uso ou não de máscaras — e por que a recomendação de máscaras é somente para pessoas doentes e profissionais de saúde.
O quanto as máscaras de fato protegem?
As máscaras fazem sentido se usadas por profissionais que tem de lidar com pessoas infectadas —, pois faz parte de todo um conjunto de equipamento protetor. Mas usadas por indivíduos como forma de proteção nas ruas, são pouco eficazes.
Pesquisas que existem até agora mostram que o novo coronavírus, chamado Sars-Cov-2, se espalha através de secreções e gotículas que saem da boca quando as pessoas tossem ou espirram, o que os médicos e cientistas chamam de aerossóis.
Além de passarem direto para pessoas que estejam próximas, essas gotículas contaminam superfícies, nas quais as outras pessoas tocam e, ao tocar o próprio rosto, se contaminam.
As máscaras cirúrgicas (aquelas comuns que vocês vê na foto acima) não são eficazes contra os vírus que circulam no ar porque são muito frouxas, não têm filtro de ar e deixam os olhos expostos. Mas mesmo as máscaras mais avançadas, como a N95, capazes de filtrar vírus do ar, não protegem o olho, por exemplo.
Os dois tipos de máscara podem diminuir o risco de contrair através da contaminação mão-boca (porque a pessoa não vai conseguir tocar a boca nem o nariz), mas, sozinhas, elas não fazem muito efeito, explica o virologista Jonatas Abrahão, da Sociedade Brasileira de Virologia e professor da Universidade Federal de Minas Gerais.